OS PRINCIPAIS TABLÓIDES DA ZONA OESTE ERAM CHAMADOS DE DINOSSAUROS DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

por Graciano Caseiro

A elite de uma imprensa só se torna intelectual com profissionais que amam a sua profissão e escrevem para jornais que emitem realmente os fatos reais e os seus redatores dignificam opiniões do que aconteceu com aquela situação.

Desde alguns tempos atrás, Luís Linhares planejava ter uma gestão de proximidade, com os colegas do jornalismo das décadas de 80 e 90 dos áureos tempos de que Jornalismo se fazia numa máquina de escrever. Hoje, virtualmente, ele criou um grupo de ZAP, denominado como Elite da Imprensa da Zona Oeste Carioca, no início 4 integrantes, depois já somos neste final de 2021 uns 30 integrantes desta imprensa escrita e falada, além dos fotógrafos e arte finalistas, chargista e publicitários.

Fazemos sim uma pergunta aos internautas da elite da imprensa da Zona Oeste Carioca:

Será que dá pra montar um acervo virtual?

Eis uma turma de imortais, começando com José Augusto (Monamie), Seu Agostinho 

(Viação Santa Sofia), Seu Santos (Sugared), Professor Helton Veloso, Professor Antônio Boaventura, Professora Rosana Dibs, Professora Aparecida Boaventura, Almir Rangel e Zé Gordo.

Outros *IMORTAIS*  como o Dr. Djalma da Paixão, Jorge Hosman, Fernando Teixeira, Gilberto Freitas, Roberto Pereira, Osni Vidreiro entre outros.

"Acho que um acervo virtual seria algo inédito e muito bacana". (Luiz Linhares) 

Com isso as suas expectativas foram além das 30 linhas de uma boa pauta, foi a internet que abriu as barreiras do presencial, fazendo de um sonho, uma realidade existencial, com os desbravadores da imprensa escrita e falada da cidade bairro de Campo Grande RJ. A existência de uma imprensa autêntica foi, primeiramente, apontada pela conquista de muitos talentos do jornalistas reescrevendo a sua vida em tabloides chamados de a era de ouro dos jornais da querida Zona Oeste. 

É bom lembrar que o Globo Zona Oeste lançado em Abril de 1997 usava os jornais que circulavam na região como base, para cobrir as pautas deles, ou seja eles não tinham pautas porque não eram da Zona Oeste Carioca. E aí o jornal de bairro do Globo ficava à mercê das matérias publicadas primeiramente pelos jornais locais como Zona Oeste Notícias, O Amarelinho, Folha da Terra e Patropi e Zona Oeste. Depois é que eles faziam as matérias de pautas para fazerem os jornais de bairro da Zona Oeste.

Na foto acima temos o saudoso Roberto Cigano, o Artista plástico Mestre Saul e o inesquecível Melhoral , foto "batida" na esquina do Beco do Seridó com a Coronel Agostinho.

- Saul está vivo , mas doente.

Recordo que os jornais circulavam durante todo o período mencionado, inclusive as matérias eram conhecidas e averiguadas pelos jornalistas junto ao fato escrito. Foi uma época, mas tiveram maior liberdade de circulação na fase em que a censura foi mais dura. Os jornais liberais moderados tiveram mais espaço a partir da reabertura e da insistência de profissionais capacitados e competentes do verdadeiro jornalismo, período em que a censura arrefeceu, mas ainda era presente. 

Nessa foto temos o ator Francisco Nagen (eterno Nacib do Sítio do Pica pau Amarelo; Waldir Onofre, ator, diretor Teatral e cineasta); o ator Charles Moura, Professor Dilson Da Silveira Silveira , a professora Soni Drumond, poeta Dalberto Gomes e o empresário Guilherme Eisenlohr.

Lembrando a galera da imprensa e cultura, são celebridades daquela época, Weber Werneck, Wilma Camarate, Waldir Onofre, Zeca do Trombone, Mestre Saul, Melhoral, Moacyr Sreder Bastos,Irmãos Odair e Sérgio Assad formavam o Duo Assad, Luiz Guima, Elízio de Búzios, entre outros, todos esses astros fizeram parte de uma forma ou outra da imprensa e das notícias na Zona Oeste, eles eram pautas, eram notícias. Até o José Augusto, o Monamie, além de ter contribuído com o seu anúncio, ele abria as portas junto aos comerciantes de Campo Grande, além de ter contribuído como Administrador Regional de Campo Grande. E através do seu conhecimento junto aos empresários, os jornais da região conseguiam sobreviver através dos anúncios vinculados em suas páginas.

Sobre esta personalidade que todos amavam,  Celso Cordeiro: Campo Grande se despediu de Celso Cordeiro, grande líder e ativista cultural da região em 23 de janeiro de 2018. Ele foi diretor do Teatro Arthur Azevedo no período de 1987-1990.

Comendador Sofia. Nascido em Portugal, Serafim Moreira da Silva ficou conhecido como Comendador Serafim Sofia. Comendador porque recebeu esse título do Papa, por ter prestado serviços à igreja; Sofia, por ser devoto de Santa Sofia, devoção está relacionada à uma promessa que teria feito por escapar de um naufrágio, segundo fontes. Era pai do compositor Adelino Moreira que foi homenageado com uma estátua no calçadão da Rua Barcelos Domingos em Campo Grande RJ, feito pelo artista plástico e escultor Mestre Saul.

Quais os significados do Brasão do Bairro de Campo Grande RJ ? 

Suas características são as seguintes : Escudo português pelo fato de nosso bairro ter sido um dos locais do RJ que mais recebeu imigrantes portugueses de diversos Distritos e Freguesias até a década de 70, um galo de prata, símbolo do guerreiro valente, vigilante e destemido. Além disso, representa a prosperidade avícola da famosa Região Rural, a parte em azul apresenta as riquezas da agricultura do passado, café, cana de açúcar e laranja, as estrelas destacam duas figuras importantes do Bairro : Uma é Manoel Barcellos Domingos ( ou Domingues ), um dos primeiros povoadores das terras de Campo Grande, homem ligado diretamente a possível criação da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, a outra figura ilustre é Francisco Freire Alemão Cisneiro, nascido no Mendanha se formou em medicina na Universidade de París, destacado professor, pasmem deu aulas para as princesas Isabel e Leolpodina, foi um emérito botânico, nascido e falecido em Campo Grande ( 1797 - 1874 ). 

Na parte mais abaixo do Brasão nas laterais duas datas importante : 1673,  representando a possível data de criação da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande ( alguns historiadores apontam outras datas como sendo da criação da Freguesia de Campo Grande e a outra, 1964, instalação da XVIII ° Região Administrativa.

Fonte : Memórias de Campo Grande/ Adaptado por Wallace Monteiro Postiga.

Contudo, os artistas, diríamos os jornalistas natos  daquele tempo, não foram trabalhados como um grupo político, mas apenas como um jornalista que servem como ótimos sonhos que acabou virando periódicos dos tablóides e jornais carioca e fluminenses sem tendência política que foram encontrados no período que circunscreve os clientes daquela época, especificamente, nos anos dourados da literatura, da escrita, uns com limites da formação e da desarticulação de grupos. 

Daniel Silva e esposa na foto acima.

Daniel Silva foi deputado federal por 2 vezes por Campo Grande e é Irmão do ex-deputado estadual Miécimo da Silva. Professor de geografia e foi cantor no Colégio Batista de Campo Grande e na Igreja Batista de Campo Grande, respectivamente . A última informação é que se mudou para Resende onde atua como Advogado e anteriormente residia em Petrópolis, quando exerceu a função de destaque no Tribunal de Justiça da Cidade Imperial.

Fernando Teixeira e seu cartum na época, sobre a notícia e suas charges famosas.

MOACYR SREDER BASTOS

Era uma das personalidades de Campo Grande.Vindo de uma família tradicional do próprio bairro,foi um dos pioneiros no ensino na Zona Oeste. O professor Bastos, preocupado com as dificuldades que as pessoas tinham em se deslocar para o centro do Rio de Janeiro, fundou o Colégio Afonso Celso em 19 de maio de 1935. ( O Colégio Afonso Celso foi inicialmente chamado de Ginásio Modelo, que não era propriamente um Ginásio ainda, dada a simplicidade do ambiente: uma sala onde se ministraram as primeiras aulas.)

Quando jovem, estudou na Academia de Comércio de Cândido Mendes de Almeida, na praça XV de Novembro, no centro do Rio de Janeiro. Saía de Campo Grande muito cedo, viajando nos velhos trens a carvão da Central do Brasil até a estação Pedro II. ( Os trens eletrificados só começaram a circular a partir de 1937). Dali, fazia o percurso até à Praça XV, a pé, para economizar os dois tostões do bonde que serviria para comer um pão e tomar um copo de café. Voltava para Campo Grande à noite.

O Prof. Moacyr morreu aos 79 anos de idade em sua residência, no dia 23 de abril de 1991, vítima de uma parada cardíaca. Era casado com D. Guiomar Barros Bastos , filha do Sr.Barros, conhecido comerciante de Campo Grande , célere pela severidade de costumes e de D. Prazeres, que não perdia uma missa na igreja Nossa Senhora do Desterro. Com ela teve três filhos e sete netos . Seu grande sonho era transformar a faculdade numa Universidade, sonho que deixou para os seus descendentes. Com sua morte ficou vaga a cadeira de número um do Instituto de Cultura Campograndense (ICC).

Em 1974 publicou a obra " Campo Grande",onde conta a história, não apenas  do bairro-cidade, mas de grande parte da Zona Oeste.  

(Extraído do livro Manoel da Silveira Porto Filho,Poeta,Pastor e Mestre do autor M. Bernardino Filho)

Outro ´gigante do jornalismo, Sr. Perrota que certamente emocionou quem teve o prazer de conhecê-lo ou trabalhar com ele. Copiei a foto de uma postagem de seu filho Vic Perrota. Grande Perrota!!! Quanta saudade...

O jornal ZONA OESTE, acima, foi fundado por Sebastião Santana e, depois, dirigido por Luis Ferrão, pelo Silvio Alves, Odir Ramos e por último, Marcelo Varela.

Já o jornal Zona Oeste Notícias, outro veículo da região de Campo Grande, foi fundado pelo Luis Linhares e Mário Moura, e outros, se não me falha a memória.

Os cinco principais jornais, Zona Oeste Notícias, O Amarelinho, Notícias Úteis da Zona Oeste, Patropi e Zona Oeste como veículos distintos, entre outros que tiveram maior impacto junto à opinião pública, mas estes citados acima foram os dinossauros da escrita, tinham visibilidades por terem excelentes equipes, profissionais sérios a frente e que exerceram com afinco a defesa dos princípios políticos-pedagógico do verdadeiro jornalismo da Zona Oeste Carioca.