terça-feira, 14 de dezembro de 2021

GRACIANO CASEIRO ENTREVISTA MILTON COSTA "UM TOM EM FORMA DE 1000 TONS"

Milton Costa é um artista completo que tem feito vários shows, covers ou inéditas. As várias artes musicais de uma estrela, Milton Costa, conhecido Miltão dos 1000 tons, que começou com seus 11 anos a despertar seu lado artístico, seguindo pelo Brasil em rota que será estendida ao longo de 2022.

A produção foi consequência dos anos de música, tocando e gravando em estúdios, aí sempre me pegando dirigindo, fazendo arranjos, consequentemente fazendo cortes, vendo uns timbres, acabei virando um técnico de som.

UM TOM POR UMA CANÇÃO?

Iniciei quando tinha 11 anos. Meu pai trouxe um violão para casa que tinha achado no lixo, que era no bairro da Gávea, é muito interessante, três anos depois se passaram e a minha avó me deu um violão, já tinha 14 anos. E comecei a esboçar alguns toques, vendo em revistinhas de música. E a brincadeira ficou mais séria, se passaram dois anos, minha vó visionária que era me pegou, me matriculou na Escola Villa Lobos, no Largo de São Francisco, foi em 1981 e aí eu conheci tudo que tinha que saber ou melhor conhecer. De lá pra cá nunca mais parei. 

COMO INICIOU ESSA HISTÓRIA? DA MÚSICA E PRODUÇÃO. FOI EM QUE MOMENTO?

Esse foi o meu início musical com violão achado na lata de lixo. Meu pai era motorista, e um fato curioso, ele colou e o violão só tinha quatro cordas sol, ré, lá, mi, era justamente as cordas do contrabaixo. Olha que nem pensava o que era, pois tinha 11 anos.

A produção foi consequência dos anos de música, tocando e gravando em estúdios, aí sempre me pegando dirigindo, fazendo arranjos, consequentemente fazendo cortes, vendo uns timbres, acabei virando um técnico de som. 

Recentemente, criei o Pegada Certa Filmes, e o áudio não funciona sem o vídeo, a internet foi aberta e tudo é mídia digital, acabou a venda de CDs e já tinha essa noção musical, produção, computador e aí, foi automático mudando para as plataformas digitais. E você conhece bem, as suas entrevistas com as celebridades foram o embrião do projeto, produzindo algumas coisinhas, paramos e estamos voltando.

CONTE UM POUCO SOBRE A SUA CARREIRA E AONDE DESEJA CHEGAR? 

Comecei a tocar profissionalmente, a princípio em bandas de rock, me destaquei numa banda chamada Zona Eleitoral,  que rodamos toda a região sudeste, uma banda de Rock And Roll, no início era Cabana, Ska e virou Zona Eleitoral.  Esse era oriundo por falar muito sobre política. Fazíamos muitas festas em colégios como colégio Bangu, Daltro Santos, éramos a banda de Rock And Roll que se destacava no subúrbio carioca, também nas praças públicas, aí começamos a sair por aí fazendo sucessos. Fomos tocar em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Eu passei uns quatro anos tocando. Depois virei para o samba. Tinha uma vontade de conhecer a música em todos os aspectos. Eu já gostava de outras coisas, fui para uma banda de samba, a princípio tocando cavaquinho, interessante que apareceu um cara na Banda Zona Eleitoral que me emprestou um cavaquinho, gostei e falei para a galera da Banda  Zona Eleitoral, tô fora da Banda, agora sou sambista. Comecei a tocar no Grupo Amor Maior, passei por outros grupos de samba, toquei no Remelexo da Côr, foi bem sucedido na área da Zona Oeste, Jacarepaguá, tocamos em vários lugares, para o produtor musical Biluca, Beto Mattos são pessoas de nome do samba. Até chegar no Grupo Mistura Fina, fiquei cinco anos tocando cavaquinho, banjo e contrabaixo nesse Grupo na Mocidade Independente de Padre Miguel, acabei não participando da gravação do disco, mas, incrementei muito no estúdio. O vocalista do Grupo Mistura Fina era o terceiro puxador de samba da Mocidade Independente de Padre Miguel. Dimy Santa Cruz era meu amigo, me passou o básico do contrabaixo, essa é a ideia de como conheci o contrabaixo e o que aconteceu comigo.

EM QUE PROJETO DA CULTURA ESTÁS REALIZANDO ATUALMENTE?

Chegar no máximo, quero tocar com o máximo de pessoas a ser side, não quero ser o artista principal, mas como músico contratado ou diretor musical, quero trabalhar em estúdio, como arranjador com o máximo de artista e tocar com eles como músico, quem sabe soltar a voz como tenho feito recentemente, tanto com a música secular e gospel, pra mim é um tudo, não tem descrição, sou profissional.

A minha conduta como Cristão é inabalável, o meu coração está em Jesus. 

Outro objetivo é sim abrir uma produtora com estúdio próprio, já estou montando, na realidade é um home estúdio, onde pretendo montar meus vídeos e áudios.  Não somente para vídeos, mas também para gravar chamadas comerciais, entretenimento e shows. Enfim, tudo que é ligado a arte, a cultura, e a música é o carro chefe. Qualquer produção visual, audiovisual eu quero  fazer isso. Ter uma produtora reconhecida nacionalmente. Dar visibilidade aos novos talentos, isso é o meu objetivo. Estou me preparando, estudando bastante, como fazer um marketing digital, se lançar no mercado com determinação, inconformismo e atitudes que vão fazer a diferença com esses talentos lá na frente. Esse é o meu grande barato, uma produção musical.

SENDO UM ARTISTA BRASILEIRO, QUAL SUA MAIOR DIFICULDADE NA SUA TRAJETÓRIA CULTURAL?

É difícil sim. Principalmente no Rio de Janeiro, o Rio não tem espaço pra todos, ele é limitado. Já São Paulo tem uma vida musical eclética. Os músicos acabam migrando para São Paulo. A primeira oportunidade de me mandar para lá, sim eu vou. É a vitrine do cenário nacional daqueles que almejam chegar no topo. Posso continuar morando no Rio, mas São Paulo é para os que desejam ir além. As dificuldades para o músico, ele toca em quatro casas diferentes na noite, e acaba não dando oportunidades para os demais. Todas as profissões ligadas à arte encontram  essas dificuldades. Já toquei em vários lugares, nem tanto para poder ter essa vivência musical. O pagamento acaba sendo pequeno, o músico acaba não sendo valorizado. O jogo de corda de contrabaixo custa uns 240 reais, se o músico ganhar 100 reais por noite, se arrebentar uma corda, ele tem que comprar o jogo todo se não o instrumento ficar desregulado. E gosto de música de qualidade. 

QUAL O FATO OU PESSOA QUE TEVE MAIS INFLUÊNCIA NA SUA ATIVIDADE? 

Eu não tenho um fato específico ou pessoa que me influenciou na minha carreira profissional. Eu sou Professor de matemática, a música não toma conta por completo, porque a ideia é essa. Na realidade, a música vem tomando uns 70% no meu coração e na minha cabeça. A gente vai levando. Não tinha ninguém, fui vendo que levava jeito e fui nessa balada musical. As pessoas falavam é por aí… Paulo Bonfim gravava no estúdio Barney em Anchieta, era baterista da época, foi que me incentivou. Muito conceituado, tocava no Grupo Raça e Kiloucura entre outros. Encontrei Juninho era músico do Arlindo Cruz, e agora toca para o Xande de Pilares. Ocorreu um fato no estúdio a onde toquei com o contrabaixo na gravação com essas feras. E o Paulo Bonfim disse gostei do seu estilo, pois você faz o que a música pede. Outras pessoas passaram com influências e outras nem tanto. Um cara que sempre me influenciou e já faleceu, era o Arthur Maia. Ele revolucionou o que entendo como músico contrabaixista. O Arthur Maia tocou com Gilberto Gil, Caetano, Ivan Lins, Djavan, também gostava de cantar, fazia back vocal, tocava contrabaixo, e eu sou desse tipo, ele foi minha verdadeira influência. Arthur Maia acabou virando Secretário de Cultura de Niterói, sua contribuição para a cultura foi das melhores. 

O QUE VOCÊ JULGA SER MAIS IMPORTANTE NA SUA ARTE? QUE SONHOS ESSA SUA ARTE PODE REALIZAR NA VIDA DAS PESSOAS? 

 A minha arte no meu entendimento permite abrir portas na vida das pessoas que elas nem sabem, sentimentalmente, culturalmente e intelectualmente. O meu som, a minha arte, a minha produção e o meu intuito é que melhore a vida dessas pessoas. Ao tocar, quero dizer que a pessoa tem mais potencial é a minha contribuição. A minha arte pode mudar tudo, uma história, uma vida é uma situação em que ela acredita em si. Estou aqui para inspirar, incentivar e fazer história para abrir portas, mostrar caminhos. Produzindo conteúdos que vão acrescentar no aprendizado daquele que precisa de oportunidades. A minha arte pode virar a chave. Costumo dizer que, "quando você está no furacão, se você olhar em volta ele se torna um funil, você não vê nada, só poeira passando. Mas, como a Bíblia diz, se você olhar para o alto, o funil é aberto, e você vai ver o céu limpo. Por lá é a saída e o socorro vem de cima. A segunda coisa é que quem está do lado de fora do furacão vê a saída. Então, a minha arte é mostrar o primeiro caminho, e as coisas começaram a funcionar. Então eu posso mudar a chave, entende. Que nem você que tem feito cada dia melhor seus vídeos, investir no seu melhor, faz a diferença na vida das pessoas nas mídias digitais.

QUAL A PRINCIPAL MANCADA DO BRASIL EM SE TRATANDO DE UM ARTISTA?

Podemos dizer que o incentivo financeiro ao pequeno artista não chega em suas mãos. A mancada do Brasil só vê o artista quando ele estoura. Aqui está faltando aquele artista celebridade apoiar o pequeno artista, nos Estados Unidos existe esse incentivo, até por parte dos órgãos governamentais. Os EUA tem uma cultura diferente, por isso eles lançam uma porção de talentos. A maior mancada que o nosso Brasil tem é que a grana não chega aos que estão começando. 

Você deve lembrar do projeto Palco sobre Rodas era um projeto cultural fantástico, valorizava o músico local, daquele bairro. Além de ter o artista principal, ele fomenta os outros artistas locais que interagem com o público daquela região. O importante é que os artistas naquele projeto Palco Sobre Rodas, rodavam a cidade e tinham visibilidades. Cheguei a participar, tinha aquela promoção, divulgação do seu trabalho. A principal mancada das gestões públicas nas artes e na cultura é destruir os projetos que dão certo.

QUAL A ARTE QUE TE DESPERTOU? E SE O EMPRESÁRIO E UM ESCRITÓRIO É IMPORTANTE NA VIDA DO ARTISTA?

A arte que despertou esse talento é a música. Ela é o carro chefe de tudo. É paixão que me trouxe para o lugar dela, a música é egoísta, não dá espaço para outras coisas, por mais que eu faça produção visual, mas a música é que embala.

O escritório é fundamental, mas o empresário hoje em dia nem tanto. Porque o artista que não sabe empreender está fora do mercado. A internet abriu o mundo, e aquele que não sabe negociar o dia a dia, não tem uma noção de carreira. Ele tá fora do mercado, não pode ser somente artista. Ele tem de entender de marketing um pouco, de números, tem que fazer planilha sim, tem que se organizar. Se não está fora, não tem como viver da arte. Por mais que ele delegue funções a outras pessoas, tem que delegar sim, mas tem que saber de cada detalhe, pois a coisa vai crescer e ele precisa de uma gestão de mídia digital. Que venha compor o negócio dele, pois música é um negócio. Um escritório para centralizar é extremamente necessário ao artista. Já o empresário, é importante, porém nem tanto, ele é facultativo.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE FAZER PARTE DESTE PORTAL PAPO AMIGO CULTURAL?

É uma abertura da gente se expressar como artista. Acho super importante o que você está fazendo, Graciano Caseiro é um cara pioneiro, um cara preocupado, o mais inserido nessa área de comunicação, sei que faz muito bem. Você tem inovado, vejo seus vídeos institucionais, realmente sua visão em prol do artista regional é de grande importância sobre a visão cultural. Torço para que venha a ter um programa semanal, com certeza a arte se mistura com a sua integridade, determinação, inconformismo que nos deixa na esperança de seguirmos em frente em nossa arte. 


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https://youtu.be/mxpUhpKL--0

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