PROFESSOR ALCIR PIMENTA: UMA REFERÊNCIA EDUCACIONAL PARA A ZONA OESTE

por Renato Reis

Colaboração Graciano Caseiro

Eu, Graciano Caseiro, Apresentador do programa Net Light Podcast apóio o manifesto e peço que os amigos e familiares venham a aderir ao nome do professor Alcir Pimenta para a justíssima lembrança a ser dado ao colégio estadual que o governo do Estado do Rio de Janeiro começou a construir no Jardim Maravilha em Guaratiba,  Rio de Janeiro.

Circula nos meios das mídias digitais e nos meios intelectuais uma articulação para que seja criado um movimento destinado a dar o nome do professor Alcir Pimenta ao colégio estadual que o governo do Estado começou a construir no Jardim Maravilha em Guaratiba, justamente a terra dos mais educadores da Zona Oeste, que foi também Deputado Federal, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Instituto Campograndense de Cultura, foi  Administrador Regional de Campo Grande, e assessor do Gabinete Cívil do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Autor de vários livros, Alcir Pimenta foi inúmeras vezes premiado em concursos literários. Justíssima lembrança.

Sobre o professor Alcir Pimenta, assim se pronunciou o presidente Tancredo Neves, no prefácio da obra “Discursos Parlamentares”, um dos muitos livros lançados pelo saudoso mestre guaratibano: 

“Alcir Pimenta realiza um tipo singular de parlamentar. Discreto, atua com a maior competência, tanto nas comissões como no plenário. A sua modéstia não deixa ver nele o homem culto, que domina os assuntos da sua especialidade com notável proficiência, a não ser quando extravasa, nos seus primorosos discursos e sólidos pareceres, os aspectos de sua ampla cultura. Democrata por excelência, está sempre pronto a servir e o faz, naturalmente, como quem cumpre uma missão grata ao seu espírito. O seu coração acha-se sempre aberto a todas as solicitações da bondade e da solidariedade humana, não perdendo nunca a sua permanente disposição de colaborar, ajudar e auxiliar.”

Inspirados nesse testemunho tão reconhecedor sobre o perfil do político e do homem que foi Alcir Pimenta, nós, abaixo-assinados, testemunhos que somos de todas as qualificações que se somam na esplêndida biografia do grande mestre, vimos apelar às autoridades do estado do Rio de Janeiro, que seja eternizada a memória de tão digna personalidade da Zona Oeste, dando o nome de Colégio Estadual Professor Alcir Pimenta à unidade escolar que está sendo construída justamente em Guaratiba, terra que o viu nascer, conforme apropriadamente ressaltou, na mesma obra, o médico e escritor Dilson de Alvarenga Menezes, ex-deputado constituinte e ex-deputado estadual pelo Rio de Janeiro:

“O retrato humano e intelectual de Alcir Pimenta é uma policromia luminosa: professor, deputado, orador, escritor e poeta, um erudito e um mestre que é também um peregrino de bondade e cortesia entre seus amigos e concidadãos, oferecendo-lhes sempre o que tem de melhor, sua cultura e sua inteligência. Para os que admiram a arte da palavra, Alcir Pimenta, por tantos títulos sempre lembrado, será lembrado sempre pelos discursos, pela espontânea e altiva eloquência, fértil, majestosa e bela como a linda terra guaratibana que o viu nascer.”

Nascido em Guaratiba em 5 de novembro de 1933, Alcir de Melo Pimenta fez o curso primário na antiga Escola Castro Alves, hoje Monteiro Lobato, em Mato Alto, ingressando em seguida no Colégio Belisário dos Santos, em Campo Grande, onde logo revelou seu acentuado pendor para a arte literária, o que lhe valeu muitos prêmios e elogios em concursos realizados sob a orientação do consagrado mestre Manoel da Silveira Porto Filho, o qual, afeiçoando-se ao menino pobre que gostava de escrever, lia suas redações de sala em sala, apontando-as como modelo aos demais alunos. 

As dificuldades financeiras de então forçaram o rapaz Alcir Pimenta a alternar as atividades estudantis com trabalhos na lavoura, tendo experimentado muito cedo o magistério, lecionando para crianças de Guaratiba em troca de a alguns cruzeiros que o ajudavam a custear as despesas com os estudos, a que se dedicada com cada vez mais afinco. Em 1953, a incursão pelo magistério lhe rendeu um convite para lecionar no próprio Colégio Belisário dos Santos, onde cursava o ensino médio, e de cujo diretor, professor Helton Álvares Veloso de Castro, mereceu sempre palavras de louvor. 

Em 1954, Alcir Pimenta prestou concurso para a Faculdade de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro, alcançando o 7º lugar na classificação geral, sem que tivesse frequentado qualquer curso preparatório. Em 1956 fez o curso de aperfeiçoamento em português, da Fundação Getúlio Vargas. Em 1962 ingressou, por concurso, no magistério estadual, bacharelando-se, em seguida, em Línguas Neolatinas, pela Faculdade de Filosofia de Campo Grande. Em 1964 foi convidado a chefiar o 10º Distrito de Educação Supletiva (10º DES), do qual já era assessor e coordenador de atividades complementares desde 1963. Nessa ocasião, o ensino supletivo na Zona Oeste experimentou uma evolução exponencial, sendo a região que mais cresceu nesse particular, segundo dados estatísticos da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, chegando a atingir um número superior a nove mil alunos, numa região em que, à época, o ensino supletivo era praticamente desconhecido.

A gestão do professor Alcir Pimenta à frente do 10º DES foi marcada por grandes realizações, período em que também exercia atividades como diretor de relações públicas da Sociedade de Amigos do Hospital Rocha Faria e da Comissão Campograndense de Melhoramentos; primeiro-secretário da Associação Regional de Imprensa da Guanabara; e responsável pelo expediente da Divisão de Educação Primária Supletiva. Ele foi ainda diretor da Escola General Moreira Guimarães; professor e coordenador do Curso Cesário de Melo; e presidente do Instituto Campograndense de Cultura. 

Em 1970 Alcir Pimenta foi convidado a concorrer a deputado federal, alcançando a mais retumbante vitória política de que se tem notícia na Zona Oeste do então estado da Guanabara. Como membro do Congresso Nacional por três legislaturas, pelos partidos MDB e PMDB, notabilizou-se por sua extraordinária fluência verbal e por luminosos discursos, pareceres e projetos, atuando com destaque em comissões técnicas e no plenário, logo ombreando com os mais expoentes integrantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Como legislador, Alcir Pimenta foi autor da lei que regulamentou a profissão de propagandista farmacêutico e da que instituiu o estágio Profissional nas empresas para estudantes do ensino médio e alunos do curso superior.  

Para além das atividades legislativas, entre 1987 e 1991 Alcir Pimenta foi assessor do Gabinete Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro; foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande e administrador regional de Campo Grande, sempre se destacando pela competência com que exerceu tais cargos, pela diplomacia com que tratava aos que o rodeavam, qualquer que fosse a sua condição social. Eis apenas um resumo de uma das figuras mais queridas da região, desfrutando de grande conceito na Zona Oeste, segundo avaliação de diferentes gerações que o viram atuar com amor pela sua terra, razão pela qual se faz enormemente oportuna a eternização de seu nome na escola em Guaratiba.