quarta-feira, 31 de julho de 2019

Graciano Caseiro entrevista o multimídia Lenilton Silva


LENILTON SILVA O ASTRO DAS BELAS LETRAS COM MELODIAS

Lenilton Silva, nascido no Rio de Janeiro, em 11 de junho de 1962, é músico, militar, arranjador, produtor musical, cantor e compositor de música cristã contemporânea brasileira. Converteu-se ao evangelho no ano de 1981. 
É conhecido principalmente por ser ex-integrante da banda Novo Som da qual foi um dos fundadores e principal compositor. 
Possui uma página no UOL frases, textos, pensamentos, poesias e poemas de Lenilton Silva no Pensador. 
Em 1970, aos 8 anos de idade sua mãe o colocou no colégio interno pela FEBEM - Fundação Estadual do Bem Estar do Menor, onde permaneceu até a idade de 18 para 19 anos. 
Iniciou carreira artística em 1973, quando aos onze anos ingressou na banda do colégio interno (ERF - Escola Rodolpho Fuchs), onde se especializou em Souzafone (Tuba). Se destacou como músico e copista, tornou-se aluno contramestre de música e compôs seu primeiro dobrado com o nome do diretor do colégio - Dobrado Manoel Cardoso Castelo Branco. No ano de 1977, ao lado de outros alunos e funcionários da escola, formou o conjunto de baile do colégio. 
Destacou-se também como desenhista e ilustrava provas principalmente de ciências e Inglês e artes plásticas de suas professoras.
Em 1981 saiu para servir as forças armadas nas fileiras da Força Aérea Brasileira, onde seguiu carreira e chegou ao posto de Sub Oficial e foi contramestre de música. Realizou vários concertos com a Banda Sinfônica da Aeronáutica em vários teatros de renome do Brasil, entre eles o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a Sala Cecília Meireles - RJ. Gravou com a OSPA - Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. 

Tocou no grupo Sonata, da Igreja Batista de Padre Miguel (IBPM), até que, em 1982, ao lado de Alex Gonzaga, criou o grupo Novo Som, um dos mais populares da música evangélica, com o qual lançou 11 discos. 
O primeiro disco, Um Novo Som para Cristo, foi lançado em 1988 pela gravadora Favoritos Evangélicos. De 1990 a 1999, com o grupo Novo Som, gravou oito discos pelo selo NS Records, incluindo os sucessos evangélicos Pra Você, Meu Universo e Não é o Fim. Em 2000, o Novo Som foi contratado pela gravadora MK Music, pela qual lançou ainda mais dois trabalhos inéditos, Herói dos heróis e Um Dia a Mais, sendo este último, o derradeiro álbum de Lenilton como integrante da banda Novo Som, lançado em 2002.

Em 2004, Lenilton formou a banda Rota 33, com Adriano (voz), Jorjão Barreto (teclados e vocal), Valmir Aroeira (guitarra e vocal), Moisés Costa (violão e vocal), Dilson Villa Nova (Bateria e vocal). 
Juntamente com o Rota 33, lançou o primeiro CD do grupo em 2006, destacando-se com o hit "Pra voltar atrás", de autoria sua em parceria com o cantor e compositor Val Martins.

Em 2011, Lenilton grava o projeto Para Sempre: Lenilton & Amigos com antigas composições suas da época do Novo Som em novas versões interpretadas por Leonardo GonçalvesÁlvaro TitoSérgio LopesMichael SullivanMarquinhos GomesRosanah Fienngo e Rota 33, Jessica Hellen, Grupo Tríade.

 
LENILTON SILVA E VAL MARTINS
Discografia com a banda Novo Som
·         1988 - Um Novo Som para Cristo
·         1990 - Pra Você
·         1992 - Passaporte
·         1993 - Luz
·         1994 - Ao Vivo Vol.1
·         1995 - De Coração
·         1997 - Meu Universo
·         1997 - Ao Vivo no Imperator (VHS/DVD)
·         1999 - Não é o Fim
·         1999 - Ao Vivo Vol.2
·         2000 - Herói dos heróis
·         2002 - Um Dia a Mais
·         2013 - Novo Som para Sempre - coletânea (volumes 1, 2 e 3)
·         2014 Espelho (single)

Prêmios Coletivos e Individuais

·         Troféu Imprensa, da Folha Cristã como Melhor Banda Gospel de 1994
·         Melhor Capa em LP de 1994 (disco "Luz")
·         Melhor Banda de 1995, pela revista Folha Cristã
·         Disco de Ouro, como Melhor Música ("Escrevi" de autoria de Lenilton), de 1995
·         Troféu Imprensa, da Rádio 105 FM, como Melhor Banda de 1995
·         Troféu Imprensa, da Rádio 105 FM, como Melhor Compositor 1995
·         Prêmio de Melhor Banda de 1995, da Rádio Cidade FM, de Belo Horizonte
·         Prêmio de Melhor Compositor de 1999, da Rádio Cidade FM, de Belo Horizonte
·         Disco de Ouro, pela tiragem inicial de 100 mil cópias do CD "Herói dos Heróis"

 

DE LENILTON POR LENILTON? QUEM É?
R: Um milagre de Deus

O QUE VOCÊ JULGA SER MAIS IMPORTANTE NA SUA ARTE? QUE SONHOS SUA ARTE E À MÚSICA PODE REALIZAR NA VIDA DOS FUTUROS TALENTOS BRASILEIROS?
R: O que julgo mais importante na minha arte é fazê-la  com qualidade desde a mais sofisticada até a mais simplória. A música é transformadora, falo isso de experiência própria. Deus colocou a música na minha vida ainda menino no colégio interno, e posso lhe garantir que a minha vida deu uma guinada de pelo menos 180°.  A boa música é divina, e pode ser o esteio na vida de muita gente.  

COMO UM ARTISTA, QUAL SUA MAIOR DIFICULDADE NA SUA TRAJETÓRIA CULTURAL?
R: Não adotar a “cultura” do politicamente correto em detrimento do que julgo ser necessário pra manter a boa saúde da carreira artística como um todo, e da nossa música brasileira, principalmente a cristã. Isso, às vezes, torna você como artista, um alienígena aos olhos do sistema.

COMO VOCÊ ENXERGA SUA CARREIRA NO FUTURO?
R: Pra ser sincero, o caminho musical que o meio evangélico decidiu trilhar, não vejo futuro pra ninguém, com raras exceções, tudo o que surge novo são fenômenos, e fenômenos desaparecem na mesma velocidade em que aparecem.  Sem ser pessimista, o que vejo são pessoas confundindo modernidade com evolução, e essa visão equivocada do novo como evolução é uma pedra no caminho da qualidade, é como dizer que o leite de caixinha é melhor do que o que era vendido pelo leiteiro em garrafas de vidro de porta em porta, apenas porque é moderno.  Diante dessa triste realidade, acho só não dependurei as chuteiras ainda porque a arte que faço é uma dádiva de Deus. Acho que talento é pra ser multiplicado e não enterrado. Biblicamente, enterrar talento é pecado mortal. O sucesso da sua missão vai depender da sua visão. Se você se vê como um gafanhoto diante dos Anequins, você é de fato um gafanhoto, mas se você se vê como vencedor, apesar do gigante Golias, você é de fato um vencedor! Pra quem lê a bíblia, sabe do que estou falando. Pra Deus as circunstâncias não determinam um vencedor ou um derrotado. Tem hora que você precisa decidir se o copo está meio vazio ou meio cheio, aí vai depender da sua visão. Precisamos aprender a viver por visão e não por vista.  Por isso independente das circunstâncias, adoto artisticamente uma frase da caserna: “ abraçado ao canhão morre o artilheiro”.

QUAL A ARTE QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NESTE MOMENTO E QUE  POSSA TER SUCESSO NUM FUTURO PRÓXIMO?
R: O sucesso é algo relativo, ainda mais quando se trata de música cristã. Mas respondendo a sua pergunta, eu nunca fiz música pelo sucesso. Eu faço música porque amo essa arte. Faço música pela música, pelo bom resultado da arte em si. Música para mim é como uma parábola matemática que começa no céu passa pela terra e volta pro céu, portanto ninguém e nem nenhum mercado vai ditar como devo conduzir ou fazer com a arte dentro do talento que aprouve a Deus me emprestar. Já pensou se Van Gogh fosse vivo e alguém lhe dissesse hoje, que o estilo de pintar dele estaria ultrapassado? Todo o “sucesso” que fiz foi porque, graças a Deus, a música que resolvi fazer criou uma sintonia entre eu e as pessoas, e por isso foi bem aceita, isso me incentivou a aperfeiçoar aquilo que eu já vinha fazendo e me deu a certeza de que estava no caminho certo. Quando produzo uma música e alguém diz: “Isso não se usa mais”, eu pergunto – Está soando bem? Se respondem – Está. Eu digo: Então baseado em que eu tenho que usar o que está na moda?  Quem foi o Deus da sonoridade que falou isso? Lembrando que Deus merece o melhor de nós. Penso que se posso oferecer o suco no sabor natural da fruta pra Ele, porque vou dar o de “caixinha”?  Se é que você me entende rsrs! Portanto penso que nessa babel de igual ismo, a música descomprometida com o mercado é um alienígena de futuro incerto.


QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM EMPRESÁRIO E ESCRITÓRIO NA CARREIRA DE UM ARTISTA?
R: Depende muito. Se for um artista novo e empresário tiver disposição e conhecimentos, vale muito a pena, mas o próprio Novo Som fez sucesso sem precisar de um. Aliás, nós mesmos fizemos um empresário. O rapaz não tinha experiência nenhuma e aprendeu junto conosco, na estrada, a lidar com o show Business. Crescemos e chegamos ao auge juntos.

QUAL O FATO OU PESSOA QUE TEVE MAIS INFLUÊNCIA NA SUA ATIVIDADE? 
R: Nós fomos meio pioneiros nessa questão artística no meio cristão, colocamos a cara pra bater pra que a música cristã hoje tivesse a projeção que tem. Mas na questão do show business, existem duas pessoas que não esqueço: Paulo César Graça e Paz, que nos colocou pela primeira vez pra tocar num teatro e nos pagou o nosso primeiro cachê no meio evangélico, e o Paulo Cesar do Logus, que nos convidou pra abrir o show deles na recém aberta casa de shows do RJ: a Rio Sampa

É DIFÍCIL SER ARTISTA NESTE PAÍS? 
R: Muito. Aqui, ou você é príncipe ou é plebeu! Este é um país em que a música é  aceita meramente porque não tem escolha, pois sem ela a vida seria cor de cinza, mas ainda não é vista como profissão e por isso não é respeitada, por isso incluem certas aberrações sonoras como música. Será se isso seria aceito em outras profissões? Logo se não respeitam a própria música, quem dirá o músico. E pra piorar, nos meios cristãos, alguns nos classificam e nos tratam como se fôssemos da Tribo de Levi, mas apenas nos deveres.   Nos cobram como se de fato, músico tivesse a ver com a tribo de Levi. Se isso fosse verdade o rei Davi jamais teria sido músico, pois era da tribo de Judá. Resumindo: Levitas eram todos que prestavam serviço de culto e no local de culto, e isso ía desde o sacerdote até o carpinteiro. Foi a única tribo que não herdou terras e por isso eram sustentados pelas outras tribos.  Ou seja, querem nos imputar a responsabilidade dos ônus dos levitas, mas os bônus não.

QUAL É A PRINCIPAL 'MANCADA' NO BRASIL, EM SE TRATANDO DE INCENTIVO AO ARTISTA?
R: A resposta já está na própria pergunta: o desrespeito à classe, a falta de incentivo, o descaso. As pessoas gostam de música, não vivem sem música, mas não valorizam quem as produz.  A não ser a “elite”; basta só observar como era cedido o incentivo da lei Rouanet.  Só a Elite se beneficiava disso ou alguma instituição que contribuísse para o viés ideológico do governo. Fora isso era impossível! Agora finalmente isso está mudando.



CONTE UM POUCO SOBRE CARREIRA, PROJETOS E AONDE DESEJA CHEGAR?
R: A minha carreira é fruto da mão de Deus que cuidou de mim desde criança, e quando olho para trás hoje não tenho dúvidas de que foi o olhar de Deus, o meu empenho, a minha abnegação, a minha dedicação e a força de vontade de vencer e nunca desistir diante dos obstáculos que sucessivamente surgiram no início.  Tenho a honra de possuir um legado na história da música cristã brasileira, e vou continuar fazendo a minha parte, mas sabedor de que o planejar pode ser do homem, mas o efetuar é de Deus. Eu já cheguei em algum lugar, mas Deus quiser que eu vá além disso, aí é com Ele.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE FAZER PARTE DESTE PORTAL PAPO AMIGO CULTURAL COM GRACIANO CASEIRO?
R: Fazer parte de um portal como esse é uma honra, pois tenho mais uma oportunidade de esclarecer algumas pessoas e de alguma forma fazer a diferença na vida das pessoas, compartilhando uma pequena porção do meu trabalho e de minhas experiências.  Agradeço primeiramente a Deus e ao amigo Graciano Caseiro pela bela oportunidade.  Espero que de alguma forma, eu possa ter contribuído pra bençoar pessoas aqui nesse portal. Um abraço a todos.  Graça e Paz!


https://www.youtube.com/channel/UCETQzcFZAc18c9URh9HOocA

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