MONTANDO SEU HOME ESTÚDIO BEM MAIS EM CONTA



Neste artigo iremos tentar fornecer algumas referências para a montagem de um pequeno home estúdio. O assunto é vasto e o objetivo aqui é apontar apenas um dos muitos caminhos para se chegar a um ambiente onde se consiga gravar e produzir áudio, investindo o mínimo, com resultados realmente profissionais.
Agradecemos a todos que mandaram emails solicitando este artigo e sinceramente, espero que gostem!

Para montar seu home estúdio você irá precisar de:
Computador
PC VS Mac – Por muito tempo esteve acesa a polêmica entre o que seria melhor para áudio. O que seria melhor? Um PC ou um Macintosh? Ao passo que o Windows, sistema operacional mais comum em PC’s, é famoso por sua instabilidade e “travamentos”, o Mac é conhecido por ser um computador extremamente caro, o que lhe rendeu a fama de computador de “boutique”. A verdade é que para se ter um Mac poderoso, daqueles invocados, é preciso gastar um bocado de dinheiro e este item, dinheiro, é item escasso para a maioria dos brasileiros. Então quando alguém embarca no conto de que “Mac é melhor” e compra aquele mais baratinho, acaba sempre decepcionado, pois com o dinheiro investido seria possível montar um PC pra lá de turbinado; basta fazer as contas e comparar.
O que difundiu o Mac como computador de áudio não foi sua suposta superioridade, mas a plataforma de produção de áudio denominada Pro Tools, que roda, normalmente em Macintosh’s e que anualmente investe milhares de dólares em propaganda na mídia especializada (se você tem hábito de comprar revistas ou visitar sites de áudio, sabe do que estou falando).
Configuração mínima: PIII 600 com 256Mb Ram e 20Gb de Hard Disk (HD).
Configuração recomendável: *Atlhon XP 2000 com 512Mb de Ram e 40Gb de HD.
Ao contrário do que muitos pensam, o processador da AMD (Atlhon XP) funciona muito bem pra áudio, além de ter um custo x benefício muito superior ao de seu concorrente, o PIV da Intel.
Um dos problemas que ajudou a espalhar esse mito foi o de incompatibilidade com as placas-mãe de chip set VIA inferiores ao KT266.
Um outro problema é o do super aquecimento, que também é inteiramente contornável. Para isso, basta comprar um bom cooler e configurar a placa-mãe para desligar o micro caso o cooler falhe ou a temperatura suba demais. Se você não sabe montar o micro e, principalmente, instalar o processador e configurar a placa-mãe, contrate um técnico. Depois não adianta chorar.
Se você tem dinheiro sobrando, aconselho o processador da Intel, que é bem mais caro, mas não exige tantos cuidados quanto o Atlhon. Caso contrário, pesquise um pouco mais sobre como montar corretamente um PC utilizando processadores AMD e mãos à obra. Acredite, funciona!


Gravador de CD
Item indispensável nos home Studio, afinal, como você fará para registrar seu produto final? Hoje com a chegada dos gravadores de DVD, o preço dos gravadores de CD caiu vertiginosamente. Já é possível adquirir um por aproximadamente R$ 100,00 e a tendência é diminuir um pouco mais.

Interface de Áudio
Assim como o PC é o cérebro, a interface de áudio é o coração do nosso sistema.
Se ela vai mal, então tudo vai mal, já que obrigatoriamente, tudo passa por ela.
O comum é comprar aquelas placas multimídia, feitas especialmente para jogos, de um fabricante famoso. Como solução temporária é uma boa saída, mas para produções profissionais, é preciso investir em algo um pouco melhor.

Hoje existem placas não muito caras (em torno de R$ 600,00) que gravam em dois canais apenas, ideais para os pequenos homes estúdios. A mais conhecida, nesse seguimento é a Audiophile da Áudio, porém para nossa felicidade, já surgiram inúmeros concorrentes de peso, como a linha Maya da Audiotrak (www.audiotrak.net) e a Emu. O ideal é que se pesquise um pouco nos fóruns e na web antes de comprar, em busca daqueles detalhes que só quem possui o equipamento conhece, como facilidade de instalação, latência (tempo de resposta), compatibilidade, freqüência de atualização dos drives, entre outros. Em outro artigo, iremos explorar melhor alguns tópicos sobre interfaces de áudio.
É recomendável que sua interface tenha MIDI In e Midi Out, que é por onde você irá conectar seus controladores MIDI, como um teclado, por exemplo.
Leia também o novo artigo Novos rumos para o Home Studio e a Produção Musical onde são abordadas questões como mixers híbridos e interfaces de áudio externas.


Mixer ou Mesa de som
O que realmente vai fazer a diferença aqui, por incrível que pareça, não é o número de canais, mas sim o quanto o mixer é flexível na hora de rotear o sinal, ou seja, a quantidade de recursos extras que ele oferece para você manipular a rota do som.
Mínimo: com um mixer de 4 entradas, normalmente, já é possível fazer uma grande festa. Por exemplo, poderíamos utilizar as entradas e saídas da seguinte maneira:
Entradas - 1 para o instrumento a ser gravado; 1 para monitorar o instrumento e o mix geral.
Saídas - saída dos fones para os monitores; saída principal para o software de gravação;
Ainda sobrariam entradas, mas não tantas saídas, que é importante para capturar o som, sem a necessidade de se fazer malabarismos.


Dica! Você pode utilizar o loop de efeitos para mandar o áudio de um canal para outro (mandada). Dessa maneira, você poderia controlar o volume que é monitorado, independentemente do nível de volume que é mandado para o software de gravação.

Recomendado: O ideal seria que tivéssemos, pelo menos, um loop de efeito (FX send/return), possibilidade de criar subgrupos, alimentação via “phanton Power”, um pequeno equalizador embutido, controle independente do volume dos fones.
O loop de efeito serve principalmente para duas coisas. Distribuir o sinal pela mesa ou monitores e distribuir, da mesma forma, o sinal processado por um módulo de efeitos, como reverb, por exemplo.
Criar subgrupos é interessante, pois facilita muito na hora de enviar o sinal que deve ser gravado, diferenciando-o do que deve ser ouvido (monitoração).
A alimentação phanton Power servirá para utilizarmos microfones a condensador, quem sem esse tipo de energia, não servem para nada.
O equalizador é fundamental para dar aquele “tapinha” no som, seja tirando graves ou agudos, corrigindo aquelas freqüências antes mesmo do início da gravação.
Controle independente do volume dos fones também é recomendável, afinal, para gravar bem é necessário que o músico ouça bem. Se o fone não é confortável, você tem grandes chances de estragar a execução antes mesmo dela começar.


Fones de ouvido
Dê preferência aos que deixam vazar menos som, aos que sejam confortáveis. Preste atenção à faixa de frequências que ele reproduz. Fones que “falam” agudo demais tendem a produzir maior cansaço auditivo.


Monitores
Tratando-se de um pequeno Home Studio, o fundamental é que você compre monitores do tamanho do seu negócio. Embora os melhores monitores realmente sejam os “de marca”, nada impede que você teste aquelas caixinhas de micro system 3x1 ou aquelas caixas grandes do aparelho de som que não funciona mais. O problema aqui é quando se usa caixas pequenas demais, pois a reprodução das faixas graves fica comprometida. Já ouvi muitos trabalhos bem feitos que não passaram por monitores caros. Eles ajudam, mas é bem melhor calibrar os ouvidos. Não deixe a falta de recursos financeiros impedir a sua produção!
Uma boa pedida, com baixíssimo custo são as caixas da série Control da JBL.
Outros fabricantes que vêm se destacando por oferecerem produtos de qualidade a preços atrativos são Behringer e Sansom.

Amplificador
É o responsável por nada mais nada menos que (pasme) amplificar o som captado e “mixado” pela sua mesa de som. Mais uma vez, vale a pena dizer que existem muitos modelos no mercado e nem sempre o mais caro é o melhor. O que nem sempre se diz é que os amplificadores “colorem” o som e o que, no caso do Home Studio, onde não lidamos com o som nas alturas, o que acontece é que o mais importante é você acostumar com o som produzido pela combinação amplificadores x monitores.

Dica! Preste atenção à amperagem, que deve ser a mesma no amplificador e no monitor, pra não danificar seu equipamento.

Equalizador
O equalizador é fortemente recomendado, mas não indispensável. Ele é usado para corrigir problemas com as freqüências em excesso pela sala onde se grava.
Para saber mais sobre como realizar essa correção sem gastar muito, leia nosso artigo, clicando aqui!

Captando o Áudio
Microfones são de suma importância, porém costumam ser caros. Para começar, um microfone bastante versátil é o Shure SM58, que é especial para voz, mas também serve para guitarra e baixo. Para gravar guitarra é recomendável um Shure SM57, por ser um microfone mais “duro”, ou seja, capta menos dinâmica, além de ser projetado para suportar maior pressão sonora. Não iremos abordar aqui as várias técnicas de captação, que ficarão para um próximo artigo também.

Conclusão
Existem mil combinações possíveis na hora de montar o seu home Studio e a escolha do equipamento é sempre um grande dilema. Como mostramos no artigo, nem sempre a escolha mais cara será a melhor. Se o orçamento estiver apertado, dê prioridade para os itens nessa ordem: 1) computador; 2) interface de áudio; 3) mixer; 4) monitores; 5) amplificador.

OBS.: Essas são dicas de um comunicador que tem mais de 30 anos de experiência em diversos Home Studio e Rádios.

Graciano Caseiro – Radialista, Escritor, Colunista e Divulgador Cultural
WWW.gracianocaseiro.blogspot.com

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